terça-feira, 17 de março de 2009

Geraldo Vandré - Um símbolo de resistência na época da ditadura!



A necessidade de fazer uma música arte nacional, popular que chegue até as bases defendido pelo CPC (Centro Popular de Cultura) modificou inteiramente a música brasileira e marca o início da canção engajada, da qual Geraldo Vandré é a expressão máxima.

O compositor Geraldo Vandré, nome artístico Geraldo Pedrosa de Araújo, nasceu em João Pessoa, na Paraíba em 12 de setembro de 1935.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1951, tendo ingressado na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Militante estudantil, participou ativamente do Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Em 1966, chegou à final do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com o sucesso Disparada, interpretado por Jair Rodrigues. A canção arrebatou o primeiro lugar ao lado de A Banda, de Chico Buarque.

Em 1968, participou do III Festival Internacional da Canção com Pra não dizer que não falei de flores ou Caminhando. A composição era um hino de resistência contra o governo militar e foi censurada. O Refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora, / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores. A segunda colocação da música no festival entrou para a história da MPB. Quando o júri divulgou o resultado, dando o primeiro lugar para a canção "Sabiá" de Chico Buarque e Tom Jobim, o publicou, formado principalmente por estudantes, disparou suas vaias: "É marmelada! É marmelada!".

Simone foi a primeira artista a cantar Pra não dizer que não falei de flores depois do fim da censura, conquistando enorme sucesso de público e crítica.


Censura AI-5 (Ato Institucional Número Cinco)


Ainda em 1968, com o AI-5,(que foi um instrumento de poder que deu ao regime poderes absolutos e cuja primeira conseqüência foi o fechamento do Congresso Nacional por quase um ano) Vandré foi obrigado a exilar-se. Depois de passar dias escondido na fazenda da viúva de Guimarães Rosa, morto no ano anterior, o compositor partiu para o Chile e, de lá, para a França. Voltou ao Brasil em 1973.

Até hoje, vive em Florianópolis ,e compõe. Muitos, porém, acreditam que Vandré tenha enlouquecido por causa de supostas torturas que ele teria sofrido. Dizem que uma das agressões físicas que sofreu foi ter os testículos extirpados, após a realização de um show, por policiais da repressão. O músico, no entanto, nega que tenha sido torturado e diz que só não se apresenta mais porque sua imagem de "Che Guevara Cantor" abafa sua obra.

3 comentários:

Anônimo disse...

A epoca da ditaruda foi muito triste, sempre admirei os cantores que conseguiam fazer músicas com ritmos felizes em uma época tão triste.Achei linda a música dele que vocês postaram o vídeo, não sabia que era ele que cantava!

Anônimo disse...

Bacana esse geraldo vandré

Paty sauchuk disse...

Ele foi muito importante na época da ditadura, por isso escolhemos ele como cantor!